Mulheres e Tecnologia da Informação, 13 de setembro, dia das pessoas programadoras

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Mulheres e Tecnologia da Informação, 13 de setembro, dia das pessoas programadoras

Mulheres e Tecnologia da Informação, 13 de setembro, dia das pessoas programadoras

Hoje é dia das pessoas programadoras.

O dia 13 foi escolhido por ser a soma do número 256, número emblemático por ser o total de combinações que podemos fazer com 8 bits.

Vamos aproveitar para falar do mercado STEM e das mulheres que conhecemos trabalhando na área de Tecnologia da Informação?

STEM significa ciência, tecnologia, engenharia e matemática, e acolhe os empregos mais bem remunerados que devem crescer em importância e alcance no futuro.

A representatividade das mulheres ainda é pequena no STEM. Dar visibilidade sobre as mulheres neste mercado é fundamental para criar um referencial para as meninas e adolescentes.

Existe uma construção social binária, que afasta as meninas, destas áreas.

A Ultramasculinização da inteligência (1) as impede de acreditar que podem atuar na área de tecnologia. Perpetuar o viés que coloca o computador como coisa de menino, estabelece, desde a fase inicial da escola, uma segmentação de gênero em relação às carreiras. Como mostra a pesquisa realizada em 2021 por Juliana Trevine, as meninas são desencorajadas a cursar disciplinas em exatas e ciências (2). Além de enfrentarem muitas dificuldades para se sentirem aceitas e acolhidas pelos colegas.

Isto  significa que elas deixam de escolher. Os vieses de gênero, as convidam desde criança a se afastarem destas áreas.

Nossas meninas precisam saber que existem mulheres com grandes feitos nas ciências exatas. Quanto mais damos visibilidade para as mulheres atuando nestas áreas, mais referências teremos para nossas futuras mulheres.

Nossas meninas precisam se sentir tão inteligentes e capazes em todos os domínios quanto os meninos. Isto se constrói desde a tenra infância, na educação fundamental e no ensino médio. Desta forma, podem sonhar com estas carreiras, estudar e se preparar.

Escolha é diferente de superação.

As poucas mulheres que trabalham atualmente nesta área tiveram trabalho dobrado. Constantemente elas superaram o Desafio Sistêmico da Síndrome da Impostora (3). Elas passaram por momentos de muitas dúvidas e tiveram que se autoconvencer de que podem. Elas enfrentaram muitos preconceitos durante os cursos técnicos ou de graduação. Tiveram muita determinação e resiliência para se afirmarem e permanecerem nos cursos de graduação.

Elas também se superam quotidianamente nas organizações para construírem suas carreiras. Precisamos trabalhar a cultura organizacional para substituir os Desafios Sistêmicos (4) que as relações hierarquizadas impõem às mulheres no ambiente de trabalho.

Vamos mostrar cada vez mais que as mulheres já ocupam este espaço e têm todas as habilidades para cursarem e atuaram nas áreas de ciências exatas.

Ainda estamos longe de alcançar uma representatividade equivalente a que temos na sociedade, por volta de 50% no Brasil e no mundo. Ainda temos muito trabalho pela frente para que nossas meninas sonhem e acreditem.

Em maço deste ano de 2023, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revelou que a presença de mulheres no mercado de Tecnologia da Informação (TI) cresceu 60% nos últimos cinco anos.

Mas, mesmo com os avanços, as mulheres ainda representam apenas 20% do total da mão de obra do segmento no Brasil.

Os resultados da pesquisa mundial do GLOBAL GENDER GAP REPORT de 2023 mostram que as mulheres continuam significativamente sub-representadas.

Representam 49,3% do mercado NÃO STEM, e apenas 29,2% do mercado STEM.

Esta pesquisa também demonstra que a retenção das mulheres 1 ano após a formatura registra uma queda significativa:

  • Em 2017, elas eram 35,5% das pessoas graduadas, e 1 ano após a formatura, eram apenas 29,6% das pessoas empregadas, queda de 5,9 pontos percentuais.
  • Em 2021, elas eram 38,5% das pessoas graduadas, e 1 ano após a formatura, eram apenas 31,6% desta força de trabalho, queda de 6,9 pontos percentuais.

O gerenciamento da cultura organizacional é essencial para que as mulheres sejam realmente acolhidas e se sintam pertencendo ao mercado de trabalho. É essencial acabar com esta necessidade de superação para obter o mesmo que nossos colegas homens.

O sentimento de pertencimento se constrói com base em pessoas que nos inspiram, com as quais sentimos afinidade. Assim, trazer referências de outras mulheres cria a possibilidade de despertar novos sonhos em nossas meninas.

Que tal apresentarmos algumas mulheres que conseguiram romper todas as barreiras, exercer a profissão e se estabelecer neste mercado?

Você conhece a Ada Lovelace (1815-1852)?

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Ada criou o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, a máquina analítica de Charles Babbage. Em sua participação no projeto, ela desenvolveu os algoritmos que permitiriam à máquina computar os valores de funções matemáticas.

Ada Lovelace é considerada a primeira programadora de toda a história.

Conhece a Grace Hopper (1906-1992)?

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Ela criou, em 1955, a primeira linguagem de programação de alto nível Flow-Matic. Esta foi a primeira linguagem de programação a usar palavras como comando.

O FLOW-MATIC  foi utilizado como base para o COBOL (acrônimo de common business-oriented).

Grace também criou o nome do bug” de computador. Ela estava trabalhando no Mark II quando um problema na máquina foi causado por um besouro (“bug”).

 

 

E a freira Mary Kenneth Keller?

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Ela foi a primeira mulher dos Estados Unidos a ter um PhD em Ciência da Computação em 1965.

Ela participou do desenvolvimento da linguagem de programação BASIC (Beginner’s All-purpose Symbolic Instruction Code, ou “Código de Instruções Simbólicas de Uso Geral para Principiantes”, em português). Essa linguagem foi utilizada por décadas com fins didáticos, até ser substituída pelo Pascal, por ser mais arrojado e seguro.

E nos dias de hoje, quem podemos citar? Muitas! vou lembrar algumas:

  • Ana Paula Assis: Presidente da IBM América Latina e uma das principais lideranças femininas na área de TI no mundo.
  • Bia Santos: Fundadora do AfroPython, uma comunidade que visa incentivara inclusão de pessoas negras na área de programação.
  • Carla Vieira: Engenheira de Software Sênior na Red Hat e fundadora do Women Who Go Brasil, uma comunidade para mulheres que trabalham com a linguagem de programação Go.
  • Dani Monteiro: Professora na PUC-RS, no curso MBA em BI, Marketing Digital e Estratégia Data Driven e Fundadora da DANI Academy.
  • Débora Morales: Diretora de Engenharia de Software na Visa e fundadora da comunidade Django Girls Brasil, que visa incentivar a participação de mulheres na comunidade de desenvolvimento Django.
  • Gabriela Rocha: CEO e co-fundadora da Hive, uma plataforma de análise de dados e inteligência artificial.
  • Letícia Portella: Engenheira de Software na ThoughtWorks e fundadora doPyLadies Brasil.
  • Liliane Ferrari: Diretora de Tecnologia da Informação da Sodexo Brasil e fundadora da WoMakersCode, uma comunidade que visa promover a diversidade e a inclusão na área de TI.
  • Paula Bellizia: CEO da Microsoft Brasil e uma das principais lideranças femininas na área de TI no país.
  • Vanessa Weber: Diretora de Tecnologia da Informação da SAP Brasil e líder de iniciativas de diversidade e inclusão na empresa.

Por favor, vamos aumentar esta lista.

Conta para gente quais mulheres você conhece na área de TI.

Espero que gostem e divulguem! Abraços

  1. MEINHARD, V.R. Vamos voar juntas?. São Paulo: Álbum de Memórias, 2023. p.63 – 78.
  2. Baixa presença feminina em cursos de formação tecnológica é realidade.Trevine, J. USP: Agência Universitária de Noticias. [online]. Disponível em: <https://aun.webhostusp.sti.usp.br/index.php/2021/09/28/baixa-presenca-feminina-em-cursos-de-formacao-tecnologica-e-realidade/>. Acesso em: 1 out. 2021.
  3. MEINHARD, V.R. Vamos voar juntas?. São Paulo: Álbum de Memórias, 2023. p.143 – 165
  4. MEINHARD, V.R. Vamos voar juntas?. São Paulo: Álbum de Memórias, 2023.

Sobre Vera Regina Meinhard

Sou Vera Regina Meinhard, amo conectar pessoas para promover a consciência sobre a importância da inclusão da diversidade no alcance do sucesso sustentável, em especial a igualdade de gênero. Mestra em Sustentabilidade & Governança, sou criativa, inovadora, realizadora de sonhos e mãe da Saskia. Meu propósito é contribuir com o desenvolvimento das pessoas.

Após 25 anos como executiva do Groupe Renault France, desde 2013, por meio de diferentes abordagens, coloco-me integralmente à disposição deste propósito atuando na sociedade como escritora e empreendedora para trazer soluções em desenvolvimento humano: Consultoria em Gestão de Cultura Organizacional voltada para ESG e Inclusão da Diversidade, Facilitação de workshops, Mentoria Individual e Coletiva, Palestras, Treinamentos e Coaching.

 

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