Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

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Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

Evolução ODS 5 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

Infelizmente, as informações levantadas pela Pesquisa das Nações Unidas (PNUD) trazem os únicos resultados que podemos esperar em função da ausência de trabalhos que promovam uma evolução cultural.

Para incluir as mulheres onde elas quiserem estar com igualdade de direitos, precisamos substituir preconceitos por verdadeiros sentimentos de acolhimento. Isto demanda vontade e coragem para mexer com os vieses atuais. Eles são frutos de séculos de construção social baseada na crença de que as atitudes e comportamentos masculinos, associados de forma binária ao gênero homem, são a norma. Normas que julgam superior e melhor do que as atitudes e comportamentos do feminino, associadas à mulher.

Não é por acaso que nos referimos ao machismo como “Relações de Gênero Hierarquizadas”

Neste estudo publicado dia 12 de junho de 2023  pelo PNUD (1), “normas sociais de gênero preconceituosas prevalecem em todo o mundo: quase 90% das pessoas afirmam ter pelo menos um preconceito” dos sete analisados. Transformei minha decepção em nova motivação. E, na certeza de que meu propósito de democratizar conhecimento e autoconhecimento é fundamental para esta evolução.

Para provocar qualquer evolução de mentalidade é preciso fomentar a Motivação para evoluir nas atitudes e fornecer Capacitação para substituir comportamentos

Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

Como criar engajamento para a evolução acontecer?

Que tal despertar as motivações das pessoas para entrarem no Querer Fazer?

Para mudarmos nossa atitude e consequentemente nossos comportamentos, é preciso encontrar motivação, na dor ou na alegria. Melhor na alegria, não é mesmo? Para isto é preciso que sejamos provocadas antes de receber um tsunami de plein fouet no rosto. Por exemplo, mesmo eu tendo conquistado uma carreira de sucesso na indústria automobilística, sendo nomeada aos 35 anos Diretora de Planejamento e Gestão de Riscos, na equipe executiva do maior projeto do Grupo Renault França em 1996, quis olhar para o tema porque tenho uma filha, a Saskia hoje com 32 anos.

Trabalhar pela consciência corporativa sobre o tema é fundamental para que eu possa contribuir com a felicidade profissional da minha filha e das gerações futuras. No mínimo eu poderei ser sua mentora para ela sofrer menos as consequências do machismo, poder ousar e ser a sua melhor versão.

Vamos capacitar as pessoas e promover o saber que cria as condições individuais para Agir?

Para atuar sem cometer muitos dos erros que perpetuam o lugar das mulheres na esfera doméstica, fui fazer um mestrado para adquirir o conhecimento necessário sobre a construção social do machismo. Sabe, aqueles erros que parecem favorecer a vida profissional delas e na realidade as mantém sempre no mesmo lugar? É tão sutil e dentro do padrão atual que a gente tem dificuldade para perceber. Por exemplo, antes da pandemia do COVID, muitas empresas adotaram um pouco de home office com horário flexível como meio para atrair mulheres.

Na realidade, isto significa dizer para todas as pessoas da organização que as mulheres precisam disso porque elas são as responsáveis pela vida familiar e doméstica! Capacitação com conhecimento é fundamental para que as pessoas possam atuar de forma eficaz. Para evitar este erro, deveriam dizer que era para os homens se apropriarem da responsabilidade parental e doméstica. Para promover a saída deles do “Eu ajudo minha mulher” para “Eu sou tão responsável das crianças e da casa quanto minha mulher”, ou parceiro no caso dos homossexuais.

Motivar e capacitar as pessoas é fundamental!

Sem isto, teremos só o politicamente correto. E, quando a punição desaparecer, as pessoas voltam ao preconceito e comportamentos precedentes. Só ficam escondidas, sem evoluir com verdade de valores. Conhece pessoas assim no seu ambiente de trabalho?

No meu livro “Vamos voar juntas? eu desenvolvo um roteiro sobre 13 Desafios Sistêmicos aos quais as mulheres são submetidas cotidianamente (2).

Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

E o que dizer do potencial da Pressão Social sobre os comportamentos e hábitos?

É fundamental identificar as pessoas chaves, que são percebidas pelo meio como altamente influenciadoras. Por exemplo, liderança engajada é essencial e precisa ser conquistada individualmente. Conquiste estas pessoas e dê os meios para elas se apropriarem do tema com a coragem necessária para influenciar positivamente as pessoas da organização. Por exemplo, “as piadinhas” que muitas pessoas dizem ser apenas “brincadeira”. Quando a gente utiliza preconceitos e conceitos de uma estrutura social discriminatória e opressora, NÃO é brincadeira. Portanto, é preciso despertar a coragem das pessoas influenciadoras para que atuem junto aos “brincalhões” para desestimular estes comportamentos e estimular a adesão ao tema da igualdade.

Neste exemplo, é importante formar as pessoas influenciadoras para que saibam identificar estas ditas “ brincadeiras” que perpetuam o machismo e formá-las nas habilidades essenciais para gerir estes conflitos.

Dizer que uma mulher posicionada está de TPM, não é brincadeira não!

Dizer que a “mulher” do seu colega que está de mau-humor “dormiu de jeans”, também não é brincadeira não!

Sabe por quê? Porque mais uma vez perpetua culpabilização da mulher eleita como  uma das formas de opressão do sistema machista!

Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

Lembre-se de identificar as pessoas detratoras para evitar qualquer promoção, bônus, etc. Mesmo se tecnicamente elas são brilhantes e obtêm resultados. Hoje precisamos de resultados com inteligência emocional! Ninguém quer passar pelo necessário trabalho de resgate de imagem de marcas como a Vale com o acidente de Brumadinho e o Carrefour com os vários incidentes de racismo.

  • Comunicação e Marketing, inbound e outbound, além de assegurar a coerência do todo cuidando dos conteúdos, é essencial utilizar estes meios para afirmar o que queremos ser!
  • Claro, se for washing não serve! Para gerar credibilidade e segurança psicológica toda a Comunicação / Marketing precisa ser sustentada pela realidade vivida na empresa. E isto, desde o discurso do presidente até um folheto falando sobre segurança do trabalho. Não existe nada pior do que uma pessoa colaboradora dizendo que tudo que a organização faz é pura falácia, pois internamente mulheres são discriminadas!

E tudo isto, assegurando meios na estrutura organizacional

Quando falamos de estrutura, tratamos de todos os meios disponíveis para o aprendizado coletivo vivenciar os valores de igualdade e acolhimento. Por exemplo, podemos citar:

  • Atualizar os processos de avaliação para reconhecer pessoas que vivem plenamente a igualdade de gênero e colaboram com a construção desta cultura na organização.
  • Implementar Ações Afirmativas para trazer equidade, por exemplo, processos de recrutamento, que exigindo a qualidade de perfil necessário (cognitivo e soft skill), passem a favorecer a inclusão de mulheres.
  • Rever as competências do pipeline para incluir comportamentos de inclusão e acolha
  • Definir metas mensuráveis. Isto é muito mais do que simplesmente definir quotas! Por exemplo, estabelecer como objetivo formar toda a liderança sobre a construção social do machismo em no máximo 6 meses, medir a evolução da representatividade numérica das mulheres por áreas, níveis etc. Ao fixar objetivos sobre % de mulheres no quadro de pessoas colaboradoras, por setor e em cargos de liderança, lembre-se de avaliar o turnover, isto evita insegurança psicológica. Lembro de um o Vice-Presidente de RH que me contou que a meta vinda da matriz fez todos os Vice-Presidentes ficarem com medo de perderem o emprego. Afinal, deviam ter em 2 anos 50% de mulheres e eram todos homens no comitê executivo!
  • Definir o dashboard e divulgar as informações: é fundamental comunicar sobre os sucessos e fracassos. O processo de evolução cultural é complexo, clama por aprendizado coletivo. Transparência é a melhor saída para responsabilizar todas as pessoas colaboradoras.

Sem gestão de cultura, 90% das pessoas ainda têm preconceitos contra as mulheres!

Lembrem-se, mulheres também apresentam comportamentos machistas.

Nós também somos educadas neste mesmo sistema e recebemos a mesma padronização.

A pesquisa do PNUD apurou que “preconceitos estão muito propagados, tanto entre os homens como entre as mulheres, o que sugere que estão profundamente arraigados e influenciam homens e mulheres em níveis similares”.

Precisamos criar mais oportunidades para as mulheres se perceberem com estes comportamentos para que possam escolher evoluir. Eu mesma passei anos acreditando que era só uma questão de querer ser executiva e de meritocracia. Quando estudei o tema entendi muitas coisas, entre elas, entreguei no mínimo o dobro dos meus colegas!

Escrevi o meu livro “Vamos voar juntas?” inspirada na contribuição do programa Viva sua Voz (3) que sonhei, desenvolvi e cujos workshops eu facilito nas organizações para grupos de mulheres.

Investimentos

Hoje ainda investimos muito de modo desordenado. Focamos nas ações afirmativas que são essenciais para trazer coerência na jornada cultural, provocar as conversas verdadeiras e trazer equidade para o sistema enquanto a cultura da igualdade se desenvolve. No entanto, elas são insuficientes para promover uma evolução de mentalidade. Por exemplo, quotas são uma ação afirmativa que deve ser temporária. Se precisarmos eternamente das quotas é porque as pessoas ainda precisam evoluir na sua visão de mundo para viver com igualdade de direitos.

Também existem muitos gastos pontuais com palestras, formações, sem propósito claro, cujo resultado não pode ser medido.

Quando atuamos de maneira ordenada, dentro de uma jornada cultural, investimos com retorno garantido.

Antes de me despedir, quero lembrar que o sucesso do ESG depende da nossa capacidade de reintegrar nas organizações valores do feminino (4).

Que tal a gente se encontrar para conversar sobre tudo isto ?

Espero contribuir com suas reflexões sobre como integrar na sua cultura organizacional valores que despertam atitudes e comportamentos voltados para a igualdade de gênero. Também espero ter provocado sua curiosidade para se aprofundar no tema. 

Sou Vera Regina Meinhard, amo conectar pessoas para promover a consciência sobre a importância da acolha da diversidade, em especial a igualdade de gênero no alcance do sucesso sustentável no mundo corporativo. Sou criativa, inovadora, realizadora de sonhos e mãe da Saskia. Atuo  na sociedade como Empreendedora, Consultora em Gestão de Cultura, Escritora, Palestrante,  Educadora, Mentora, Facilitadora e Coach. Mestra em Sustentabilidade & Governança.

E-book “Vamos Voar Juntas?, https://www.amazon.com.br/dp/B0BXQ4656S/

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