Maternidade, vida profissional e Burnout para a maioria das mulheres!

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Maternidade e vida profissional e burn-out para a maioria das mulheres!

Maternidade, vida profissional e Burnout para a maioria das mulheres!

Qual o melhor presente, nós mulheres que escolhemos ser mães e profissionais, gostaríamos de ganhar?

Será que você, como muitas, também quer mais bem-estar mental e emocional?

A pesquisa Women in the Workplace 2021, feita pela consultoria McKinsey & Company e pela organização LeanIn, apontou que 42% das mulheres do planeta convivem com sintomas da síndrome de burnout.

Ainda vivemos em um mundo no qual a igualdade de gênero é um sonho.

Segundo o  Índice de Bem-Estar Corporativo da Zenklub, muitas mulheres que escolhem viver uma vida além dos muros sexistas, apresentam os piores indicadores relacionados à exaustão, à preocupação constante e ao volume de demandas. Nós  assumimos novos desafios mantendo a responsabilidade total sobre os papéis que a sociedade patriarcal nos impôs.

Associar maternidade à vida profissional ainda nos traz uma carga mental e emocional muito grande. Por isto, conciliar maternidade e carreira, ainda é um dos nossos maiores desafios.

A igualdade de gênero depende de uma evolução de mentalidade sobre os direitos da mulher.

Estamos longe de propiciar para elas um mundo no qual podem ser quem querem, onde quiserem vivendo sua melhor versão.

São poucos os homens que assumem sua responsabilidade na esfera doméstica: cuidar da educação dos filhos, da logística familiar, das tarefas domésticas, entre outros. Enquanto nós mulheres, além disto tudo, assumimos há muito tempo o lugar de provedora.

Ademais, estamos longe do momento em que os atributos femininos, presentes em todo ser humano, serão acolhidos como algo bom e permitido para todo mundo e em todas as esferas. Nossa sociedade binária associa, por exemplo, atributos de cuidado, acolhimento, vulnerabilidade e valorização da família, a nós mulheres.

Além da carga mental muito maior do que a vivida pelos homens, somos desafiadas quotidianamente pela discriminação deste feminino. Ele é lindinho, mas monetariamente pouco valorizado. Sofremos também discriminação quando apresentamos os atributos masculinos, pois esperam de nós, que sejamos gentis, dóceis, gostáveis, em vez de capazes de focar na solução, direcionar e se posicionar (atributos masculinos). E quando somos mães, esperam que sejamos santas, e façamos disto nossa razão de ser, nossa realização pessoal. Com este bombardeio emocional, além da carga de trabalho; difícil não ter Burnout.

Como mulher pergunto: qual nossa parte de responsabilidade nisto tudo?

Precisamos ser agentes de mudança, aprender que é possível escolher se livrar da culpa e assim reduzir em muita nossa carga mental. Para ser mãe, conquistando a liberdade de ser holisticamente feliz, é essencial adquirir conhecimento sobre esta estrutura que nos impõe padrões, e só nos faz querer ser perfeitas na maternidade e culpadas por sentirmos realização pessoal tanto no trabalho quanto na maternidade.

Sim somos profissionais muito competentes e entregamos muito, só que carregamos a culpa, somos discriminadas  e fazemos duplas, triplas jornadas.

Enquanto a sociedade não evolui, para assumir com responsabilidade a reprodução da humanidade e a educação das crianças, precisamos aprender para escapar destas armadilhas.

Escrevi meu livro “Vamos voar juntas?” porque acredito que a aquisição de conhecimento sobre os Desafios Sistêmicos nos traz a possibilidade de fazer escolhas a partir de nós mesma e nos desapegarmos das culpas. Quando escolhi ser mãe e executiva também escolhi o que seria e é para mim, ser uma boa mãe. Esta decisão permitiu o desapego dos apelos sociais da maternidade romântica, calcada nas crenças insanas do tal “instinto materno” e “uma mulher só se realiza quando é mãe”.

No Dia das Mães evito ver mensagens de WhatsApp e mídias sociais. Cansei das mensagens que santificam e romantizam a mãe.

Vejo nestas mensagens uma forma de manipulação estrutural que alimenta nosso ego e nos distancia do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Alimentar este ego nutre em nós valores e crenças entrópicas. Aquelas que nos levam a buscar a aprovação de todas as pessoas, que nos deixam dispersas diante de tantas exigências, querendo cumprir todas, nos exaurindo no medo de ser imperfeitas, e consequentemente insuficientes para sermos amadas.

Eu decidi, busquei e busco uma relação equilibrada do “dar e receber” em todas minhas relações: na parceria amorosa, nas parcerias profissionais, na vida familiar, e na esfera social. Com certeza não sou gostada por muitas pessoas e sou amada pelas que me importam.

Quero ver todas as mulheres felizes! E isto começa pelo despego desta imposição social da maternidade romântica que com certeza não nos serve!

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